José do Egito

José nos deixou uma linda história de bênçãos e de presença de Deus em sua vida. Em tudo e por tudo admiramos o que Deus realizou na vida deste Seu servo. José era filho de Jacó. Jacó tinha muitos filhos, mas José era filho de sua velhice, por isso Jacó tinha um carinho muito especial por ele.

Os irmãos pensavam que o pai amava mais a José do que a eles, mas Jacó os amava igualmente.  Os irmãos de José eram pastores de ovelhas, levavam as ovelhas e o gado de Jacó a uma pastagem distante de sua casa. Um dia Jacó pede a José que vá até o campo onde seus irmãos estavam para saber se estavam bem. Porque os pastores de ovelhas iam muito longe para achar pastagem para os animais. Os irmãos tinham muita inveja de José, e não gostavam dele, porque sempre ele falava a verdade a seu pai, a respeito do que os irmãos faziam de errado.

Um dia José teve um sonho interessante e contou-o aos irmãos. Eis o sonho:“Atávamos feixes no campo, e eis que meu feixe se levantou e ficou em pé; e os vossos feixes o rodeavam e se inclinavam perante o meu” Gn 37.7.  Seus irmãos ficaram muito irados,  porque achavam que José iria dominá-los, assim, mais o odiavam. Algum tempo depois José teve outro sonho. Eis o outro sonho: “Sonhei também que o sol, a lua e onze estrelas se inclinavam perante mim” Gn 37.9.  O seu pai repreendeu-o, retrucando: “Acaso viremos, eu e tua mãe e teus irmãos, a inclinar-nos perante ti em terra?”. Gn 37.10.

Assim, um dia, o pai envia-o a seus irmãos no campo, para ter notícias deles. “De longe o viram, e antes que chegasse, conspiraram contra ele, para matá-lo” Gn 37.18. Depois de entrarem num acordo, sem matá-lo, desceram-no em uma cisterna sem água, mas era funda, não havia meio para sair de lá sozinho.  O irmão mais velho decidira assim, para que os demais não o matassem, e ele pensava em retirá-lo de lá mais tarde.

Mas passando uma caravana de Ismaelitas, seus irmãos resolveram tirá-lo da cisterna e vendê-lo à caravana.  Assim, foi José vendido para o Egito.  Seus irmãos roubaram-lhe a túnica, que o pai lhe havia feito, e mataram um animal, e embeberam a túnica com o sangue do animal e levaram-na ao pai dizendo que um animal feroz havia devorado a José. Jacó sofreu terrivelmente com o acontecido. “José foi levado ao Egito, como escravo, e Potifar, oficial de Faraó, comandante da guarda, egípcio, comprou-o dos Ismaelitas que o tinham levado para lá” Gn 39.1.

“O Senhor era com José, que veio a ser homem próspero; e estava na casa de seu senhor egípcio” Gn 39.2. Tudo que José fazia, o Senhor fazia-o prosperar. Potifar viu que o Senhor Deus era com José, então lhe entregou a direção de sua casa, e de tudo quanto possuía. Um dia, a mulher de Potifar pôs os olhos em José, achou-o muito bonito, atraente, começou a cobiçá-lo, e a convidá-lo para que se deitasse com ela. Mas José era justo, fiel o seu Deus, recusou-a.

Ela arquitetou planos para incriminá-lo, até que um dia ela pegou-o pela capa, e ele escapou deixando a capa para trás. Ela então gritou, e acusou-o de insultá-la, ou não respeitá-la.

A mentira vingou, e José foi parar na prisão, mas o Senhor lhe foi benigno “O Senhor, porém, era com José, e lhe foi benigno, e lhe deu mercê perante o carcereiro; / o qual confiou às mãos de José todos os presos que estavam no cárcere; e ele fazia tudo quanto se devia fazer ali” Gn 39.21,22. Mesmo na prisão o Senhor era com José, e fazendo dele o melhor dali. Ali na prisão havia dois presos de Faraó: um era o copeiro-chefe e o outro padeiro- chefe. Todos os presos estavam sob a guarda de José.  “Ambos sonharam, cada um o seu sonho, na mesma noite; cada sonho, com a sua própria significação, o copeiro e o padeiro do rei do Egito, que se achavam encarcerados” Gn 40.5.

José interpretou o sonho do copeiro-chefe, e este foi restituído ao seu cargo antigo, junto a faraó. José lhe recomendara que se lembrasse dele, quando estivesse junto a Faraó, porque ele queria sair dali. Ele se justificou que não fizera nada de errado para estar ali confinado. Mas o copeiro-chefe se esqueceu da recomendação, e o tempo passou. José interpretou também o sonho do padeiro-chefe, mas este não tivera a mesma sorte de seu amigo. O padeiro-chefe fora enforcado.

“Passados dois anos completos, Faraó teve um sonho. Parecia-lhe achar-se ele de pé junto ao Nilo” Gn 41.1. Faraó sonhou com sete vacas gordas, bonitas, fortes, que pastavam tranquilamente. De repente, surgem sete vacas magras, feias, fracas, que devoravam as vacas gordas. Mas, não mudava o seu aspecto de magreza, feiúra. Faraó ficou com o espírito perturbado. Dormiu, sonhou que, de uma mesma haste saiam sete espigas cheias e boas. De repente, surgem sete espigas mirradas que devoravam as boas. Faraó contou o sonho a todos os magos do Egito, mas ninguém pode interpretá-lo.

Faraó estava com o espírito perturbado porque ninguém conseguia interpretar o seu sonho, quando o copeiro-chefe se lembra de um jovem hebreu, servo do comandante da guarda, que estava na prisão com eles, e que interpretara os sonhos dele e o do padeiro-chefe, e fala a respeito dele o faraó. Faraó manda chamá-lo. José se apresenta a faraó e interpreta o seu sonho: “As sete vacas boas serão sete anos; as sete espigas boas, também são sete anos; o sonho é um só./ As sete vacas magras e feias, que subiam após as primeiras, serão sete anos, bem como as sete espigas mirradas e crestadas do vento oriental serão sete anos de fome” Gn 41.26,27.

José recomenda a Faraó que escolha um homem ajuizado e sábio, e ponha sobre a terra do Egito. Os administradores deveriam ajuntar a quinta parte dos frutos da terra do Egito nos sete anos de fartura. Os administradores deveriam ajuntar toda a colheita dos bons anos que viriam, e recolhessem o cereal debaixo do poder de Faraó, para mantimento nas cidades, e que o guardassem. Assim, o mantimento seria para abastecer a terra nos sete anos de fome que haveria no Egito; para que a terra não perecesse de fome.

O conselho foi agradável a Faraó e a todos os seus oficiais. Faraó disse a seus oficiais: “Acharíamos, porventura, homem como este, em quem há o Espírito de Deus?” Gn. 41.38. Depois, disse Faraó a José: Visto que Deus te fez saber tudo isto, ninguém há tão ajuizado e sábio como tu” Gn 41.39. Faraó tomou uma decisão sábia, e disse a José: “Administrarás a minha casa, e à tua palavra obedecerá todo o meu povo; somente no trono eu serei maior que tu”./ “Disse mais Faraó a José: Vês que te faço autoridade sobre toda a terra do Egito”. / “Então, tirou Faraó seu anel de sinete da mão e o pôs na mão de José, fê-lo vestir roupas de linho fino, e lhe pôs ao pescoço um colar de ouro”. / E o fez subir ao seu segundo carro, e clamavam diante dele: Inclinai-vos! Desse modo, o constituiu sobre toda a terra do Egito”./ “Era José da idade de trinta anos quando se apresentou a Faraó, rei do Egito, e andou por toda a terra do Egito”.  Gn. 41.39 a 44.

José começou o seu trabalho. Construiu grandes e espaçosos galpões em cada cidade e guardou  o mantimento do campo ao redor de cada cidade. O cereal foi guardado na mesma cidade que era recolhido. José reservou o máximo de cereal possível , pois a terra produziu abundantemente. José ajuntou todo o mantimento que houve na terra do Egito durante os sete anos e o guardou nas cidades.

Faraó lhe deu por mulher Azenate, filha de Potífera, sacerdote de Om. Azenate deu a luz a dois filhos: Manassés (“Deus me fez esquecer-se de todos os meus trabalhos e de toda a casa de meu pai” Gn 41.51), e Efraim (“Deus me fez próspero na terra da minha aflição” Gn 41.52).   Passados os sete anos de fartura, começaram os sete anos de fome, como José havia predito. Toda a terra do Egito  começou a sentir fome, e o povo clamou a faraó por pão: “… e Faraó dizia a todos os egípcios: Ide a José; o que ele vos disser fazei” Gn 41.55b. Havendo fome por toda parte, José abriu os celeiros e vendia aos egípcios. Todas as terras vinham ao Egito, para comprar de José. Como a fome assolava o Egito, Jacó e seus filhos também sentiram a fome.

Jacó enviou seus filhos para que comprassem cereais do Egito.  Jacó enviou todos os seus filhos, menos Benjamim, a caçula, com receio que lhe acontecesse algum desastre, como acontecera ao filho José.  Os filhos de Jacó vieram e se prostraram com o rosto em terra, perante José. José vendo a seus irmãos, “… reconheceu-os, porém não se deu a conhecer, e lhes falou asperamente, e lhes perguntou: Donde vindes? Responderam de Canaã, para comprar mantimento” Gn 42.7b.  José os reconheceu, porém, eles não o reconheceram.

José se lembrou dos sonhos que tivera, e lhes disse: “Vós sois espiões e viestes para ver os pontos fracos da terra”. Gn 42.9.  Negaram veementemente, dizendo que eram apenas seus servos que vieram comprar mantimento, e se justificaram que eram filhos do mesmo homem, que eram honestos, e que eram servos e não espiões. José, porém endureceu, acusando-os de espiões. Eles, porém, se defendiam, afirmando: “Nós, teus servos, somos doze irmãos, filhos de um homem na terra de Canaã; o mais novo está hoje com nosso pai, outro já não existe” Gn 42.13.

José endureceu novamente: “… são espiões” Gn 42.14. José quis prová-los e não os deixou partir sem antes prometer trazer o irmão mais novo. José mandou prendê-los, e apenas um voltaria e traria o irmão. José continua acusando-os de espiões, e os meteu na prisão por três dias. No terceiro dia, José os libertou, e ficou com apenas um preso, para que os demais pudessem levar o cereal para suprir a fome em suas casas. Há um momento em que os irmãos são conscientizados do mal que fizeram ao seu irmão, então vem uma grande angústia da alma. Rubens recordou o que dissera aos irmãos quando estes fizeram mal a José, e concluíram que o sangue do irmão estava clamando contra eles. José tomou a Simeão dentre eles e o algemou na presença deles.    José ordenou que lhes enchessem os sacos de cereal, e lhes restituíssem o dinheiro, a cada um no seu saco, e os suprissem de comida para o caminho; e assim lhes foi feito.

Já a caminho de volta, pararam para dar alimento aos animais, descobriu o dinheiro, cada um no seu saco. Quando um deles notou o dinheiro no saco, desfaleceu-lhes o coração, e atemorizados, entreolhavam-se, dizendo: “… Que é isto que Deus nos fez?” Gn 42.28b. Os irmãos contaram todo o acontecido a Jacó, contaram também como foram tratados asperamente pelo senhor da terra, e como prendera Simeão.

Jacó ouvira todo o relato dos filhos, e ficou entristecido porque José já não estava com ele, e Simeão estava preso, então ele não permitiu que levassem Benjamim com eles. A fome persistia gravíssima na terra, e necessitando de mais cereal, Jacó ordenou que seus filhos voltassem ao Egito para comprar mais cereal. Após muitas argumentações, de que o senhor da terra não os receberia, nem permitiria que vissem seu rosto, Jacó permitiu que levassem a Benjamim, e também dinheiro em dobro, porque ele acreditou que haviam errado ao deixar o dinheiro no saco de cada um.  Assim, os homens tomaram os presentes, o dinheiro em dobro e a Benjamim; levantaram-se, desceram ao Egito e se apresentaram perante José.

“Vendo José a Benjamim com eles, disse ao despenseiro de sua casa: Leva estes homens para casa, mata reses e prepara tudo; pois estes homens comerão comigo ao meio-dia”.  O despenseiro fez como José lhe ordenara, levando os homens para a sua casa. Eles tiveram medo, porque foram levados para a casa de José. José oferece uma lauta refeição aos seus irmãos, mas estes não o reconheceram.

José usa de um estratagema para deter seus irmãos: ele manda colocar novamente o dinheiro de volta no saco de cereal de cada um, e no saco de Benjamim manda colocar também a taça de ouro com a qual ele bebe seu vinho. Ele manda o mordomo atrás deles, e vistoria os sacos e encontra a taça no saco de Benjamim. José tenta prendê-lo, mas Judá faz uma grande defesa, contando tudo que poderia acontecer ao seu velho pai, caso Benjamim ficasse para trás.

José não suporta mais ficar na presença dos irmãos sem ser reconhecido, ele dá-se a reconhecer e diz: “Eu sou José; vive ainda meu pai? E seus irmãos não lhe puderam responder, porque ficaram atemorizados perante ele” Gn 45.3. “… Eu sou José, vosso irmão, a quem vendestes para o Egito” Gn 45.4b.  José ordena que eles desçam e conte ao pai que ele está vivo, e ele é o senhor de toda terra do Egito: “Anunciai a meu pai toda a minha glória no Egito e tudo o que tendes visto; apressai-vos e fazei descer meu pai para aqui” Gn 45.15.

Faraó ouve falar dos irmãos de José e isto agradou tanto a Faraó com os seus oficiais.  Faraó ordenou que se preparassem carros, mantimento para o caminho, cereal, e ordenou que trouxessem a Jacó e todos de suas famílias. Faraó disse também que não se preocupassem com nada, porque eles teriam o melhor da terra.  Jacó ficou atônito com a notícia de que José vivia. Quando viu que a notícia era verdadeira a sua alma reviveu. Jacó e toda a sua família desceram para o Egito.

E habitaram em Gósen. Faraó não só permitiu que habitassem em Gósen, como convidou alguns dos irmãos de José para que tomassem conta do seu próprio gado. Jacó se apresentou a Faraó, e Faraó se agradou da presença de Jacó. Jacó abençoou Faraó e saiu de sua presença. José sustentou o seu pai, seus irmãos e suas famílias durante todo o período de fome que aconteceu no Egito.

Passado algum tempo Jacó adoece, e os seus filhos comunicam a José. José foi ter com seu pai e leva os dois filhos com ele: Manassés e Efraim. Jacó abençoa não só a José, mas os seus dois filhos também. José foi governador do Egito até o fim de sua vida. José viveu cento e dez anos. Gn 50.26. Após a morte de Jacó, seus filhos ainda tentaram mentir para José, dizendo que o pai mandara falar que ele (José) perdoasse a seus irmãos do mal que lhe haviam feito. José chorou enquanto lhe falavam. “Depois, vieram também seus irmãos, prostraram-se diante dele e disseram: Eis-nos aqui por teus servos” Gn 50.18. O seu sonho profético se cumpriu.

Toda inveja e todo ódio que seus irmãos tinham, foram transformados em bênçãos e vitórias para José. José viveu seus dias da melhor maneira possível. Sempre debaixo dos cuidados e das bênçãos de Deus. Foi reconhecida a sua capacidade por alguém (nada menos que o Faraó do Egito) que soube valorizar a pessoa incrível que era José. Assim, Deus trabalha a vida dos que lhe são fiéis. José era fiel diante de Deus. Quanto aos invejosos, permanecem na sua inveja, seu ódio pelos que são abençoados por Deus.

Assim, aconteceu a Caim: “Se procederes bem, não é certo que serás aceito? Se, todavia, procederes mal, eis que o pecado jaz à porta; o seu desejo será contra ti, mas a ti cumpre dominá-lo” Gn 4.7. Se os irmãos de José procedessem bem diante de Deus, sendo fiéis, tementes ao Senhor, eles não teriam grandes bênçãos em suas vidas também? Sem sombra de dúvidas que sim.  O plano de Deus na vida de José se cumpriria de qualquer forma, não seria necessário que seus irmãos o vendessem como escravo ao Egito. Eles poderiam escrever a história de maneira diferente. Usufruindo do Amor de Deus em suas vidas. Deus tem “n” maneiras de realizar os acontecimentos. Quanto a nós façamos tudo de acordo com a Sua santa e bendita vontade – amando-nos uns aos outros como o Senhor nos amou primeiro. 1 João 4.19.

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