Conhecemos por perfume algo com “cheiro agradável e penetrante, exalado por substância aromática: aroma; fragrância…” O perfume nos tempos bíblicos, eram especiarias cultivadas no Vale do Jordão ou importadas da Arábia e de lugares distantes: aloés, incenso, mirra, nardo e várias outras (aromatizavam vestimentas, móveis, ambientes, cerimônias religiosas, preparavam corpo para o sepulcro…). Uma passagem interessante para ilustrar o nosso texto é a de Jesus na cidade de Betânia, na casa de Simão (ex-leproso, que havia sido curado por Jesus), inclusive Judas Iscariotes. De repente, Maria, amorosamente, derrama um perfume precioso aos pés de Jesus: era nardo puro! O perfume abafou todo o cheiro da comida, por mais cheirosa que estivesse.
A comida era um preparo humano: pessoas com técnicas transformavam ingredientes em alimentos saborosos. Mas o perfume “nardo” era tido como um precioso perfume, porque provinha de uma plantinha aromática (chamada NERD), da qual se extraía um bálsamo muito cheiroso. Essa plantinha era retirada das montanhas do Himalaia, de lugares muito altos, que ficavam entre 11 mil e 17 mil pés de altitude. Portanto, era muito difícil de ser conseguida, e, ao mesmo tempo, depois de colhida, percorria uma longa distância até chegar à Palestina. Tudo isso concorria para que o nardo se tornasse um perfume muito caro. Daí seu preço variar muito. Dependendo da sua pureza e qualidade, chegando até a 300 ou 400 denários.
A comida, o ser humano não pode dar vida, e muito menos a flores perfumadas, a tal ponto de fornecer elementos para um perfume de tão grande valiosidade: “… encheu-se toda a casa com aquele perfume do bálsamo”. Maria havia quebrado (rompido) o selo da jarra de perfume, derramando aos pés do Mestre. Foi uma atitude muito bonita, porque ela ofereceu o melhor que ela possuía no momento. Assim, ela se achegou ao Mestre, e o seu feito é contado até os dias de hoje.
Atualidade: quebrando ou rompendo o selo do frasco do nosso orgulho, do nosso “EU”, esvaziando-nos da vaidade, da presunção, das amarguras, de tudo que possui “mau-cheiro”, ou seja, esvaziando-nos de tudo que possa impedir a nossa comunhão com Deus e a busca da verdadeira santificação. Qual será o nosso perfume preferido? O perfume só sente quem gosta, prova. Cada perfume tem um efeito diferente, depende dos hormônios de cada um. Cristo age de maneira diferente em cada ser humano. Meditando nos acontecimentos acima, estamos perfumando o ambiente por onde passamos? Há um cheiro suave, um cheiro facilmente identificado em nós?
Como é bom sentir o cheiro de um perfume gostoso, que muitas vezes nos identifica; assim também é muito bom sentir o perfume espiritual, ou perfume de Cristo em nós. Quanto mais nos achegamos a Deus, mais crescemos espiritualmente, mais perfume de Cristo há em nossas ações, em nossas vidas, em tudo e em todos os nossos afazeres. Onde há a Palavra de Deus sendo ouvida e vivida, há paz, amor, segurança. É céu ali.